Pisciana, mãe de duas capricornianas, avó de um sagitariano. Desconfiada da medicina dos remédios desde cedo. Tenho forte na memória o sol e caminhadas no mato na serra gaúcha, mas também a tristeza de morar num apartamento em Porto Alegre/RS, onde mal se via um pedacinho de céu. Muitos anos depois a jovem mãe e profe de História, que optou por não usar anticoncepcionais, teve de aprender sozinha, a trancos e barrancos, que era feita de ciclos. Na era analógica, claro! Na busca, aos 37 anos, encontrei e me apaixonei perdidamente pelo Yoga, foi tão impactante na saúde em geral e na saúde mental, em particular. Foi como um portal se abrindo, um encantamento profundo com aquela sabedoria, nunca mais deixei de praticar, estudar e refletir profundamente sobre as tecnologias de autoconhecimento... O melhor de tudo era aplicar no meu trabalho essas tecnologias. Conheci muitas pessoas que optaram, após seu encontro com o yoga, mudar de profissão. Na minha experiência, eu achava que tudo fazia muito sentido de ser usado na sala de aula, na minha interação com crianças, jovens e adultos, entendendo que yoga é uma visão de mundo que pede também uma ação no mundo, no sentido de integrar o que sentimos, pensamos, falamos e agimos.

Gosto muito de falar dos meus professores e professoras, aqueles e aquelas que tem me orientado nesta jornada. Honro aqui a minha primeira professora, a monja Didi Ananda Sushiila, com ela fui iniciada na meditação tântrica e há nove anos participo dos cursos de formação de instrutores que ela administra na Ananda Marga PoA e Caxias do Sul, como professora convidada. Rafael Mello e João Gonçalves e Miila Derzet, são minha nutrição perene inclusive no aspecto ético da profissão. Minha mestra, a professora Dinah Rodrigues. Conhecê-la aguçou meus sentidos e arrepiou a pele, me elevou quanto a perspectiva e expectativa da vida. Uma fonte inesgotável de inspiração.

Em plena menopausa, tive a honra de conhecer, conversar e contemplar a presença da Profe. Dinah Rodrigues. Lembro vividamente ela me contando num intervalo, sobre seu desejo de ser médica e a desistência em obediência ao pai, médico, que desejava evitar sofrimento à filha. Então ela me olha e diz num risinho bem marota: por isso virei curandeira. Nunca vou esquecer seu sorriso, o olhar, a luz dela e sua força criativa.

Quando recebo um elogio, costumo dizer rapidamente: tenho excelentes professores e professoras, devo a eles e elas a oportunidade de mergulhar sempre e mais na vastidão dessa sabedoria.